quarta-feira, 11 de maio de 2011

Presa a ti


Estou presa a ti...
Ao teu sorriso e ao teu olhar.
Sob este sentimento que se impõe em vagas de nostalgia,
À envolvência da tua beleza e do teu charme
Somado à simplicidade sublime de que és feito,
À expressividade do teu toque...
Estou cativa
Em todos os momentos partilhados e vividos
E por todos os momentos
Por inventar, descobrir e partilhar;
Enclausurada na beleza deste sentimento
Que permite dar asas ao coração
Que chega a lugares do sentir,
Encantados e inimagináveis.
Estou prisioneira do teu abraço,
Aquele abraço apaziaguador,
De alento e de aconchego
Amarrada ao teu carinho e ternura
Onde me entreguei sem explicação...
Presa...a ti!

Tenho um sinal teu e sei que terás aí esse sinal meu...Vou guardá-lo!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Só porque hoje comecei o dia a ouvir isto...





O Pássaro da Alma


"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma, lá bem no centro,
pousado numa pata, está um pássaro.
E o nome desse pássaro é o Pássaro da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos :

Quando alguém nos magoa,
o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
o pássaro da alma dá pulinhos de contente,
para trás e para a frente, vai e vem.
Quando alguém nos chama,
o pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz
a fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
o pássaro da alma recolhe-se
dentro de si ,tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
começa a crescer, crescer,
até encher quase todo o espaço dentro de nós,
tão bom para ele é o abraço.

Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca, nunca veio ao mundo alguém
que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
e não nos larga
- Nem uma só vez –
até ao fim da vida.
Como o ar que o homem respira
desde a hora em que nasce até à hora em que morre.
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil :
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
é o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como ?
Pois isso também é muito simples :
Com a segunda pata.

O pássaro da alma está pousado numa pata,
e com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
roda a chave da gaveta que quer abrir,
puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
sai em liberdade para dentro do corpo.

E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
o pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.

Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
as chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
a gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a pessoa quer escutar pacientemente
- e em vez disso ele abre-lhe a gaveta do desassossego
que faz com que ela se enerve.
E acontece que a pessoa tenha ciúmes sem qualquer motivo.
E que estrague justamente quando mais quer ajudar.
Porque o pássaro da alma nem sempre é disciplinado
e às vezes dá-lhe trabalhos...

Agora já compreendemos que cada homem
é diferente do seu semelhante
por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
e a alegria jorra para dentro do corpo e o dono dele fica feliz.
E quando o pássaro lhe abre a gaveta da raiva,
a raiva escorre de dentro dela e domina-o totalmente.
Até que o pássaro volte a fechar a gaveta
ele não pára de se zangar.
E quando o pássaro está de mau humor
abre gavetas que dão mal-estar.
E quando o pássaro está de bom humor
escolhe gavetas que fazem bem.

E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas dentro de nós.

Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.

Por isso vale a pena
talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
no fundo, lá bem no fundo do corpo. "
Michal Snunit

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A carta


"Meu caro amigo,
espero que esta carta o encontre de excelente saúde. Bem sei que não é exactamente uma carta isto que lhe escrevo agora, mas uma mensagem electrónica. Já ninguém escreve cartas. Eu sou-lhe sincero, sinto saudades do tempo em que as pessoas se correspondiam, trocando cartas, cartas autênticas, em bom papel, ao qual era possível acrescentar uma gota de perfume, ou juntar flores secas, penas coloridas, uma madeixa de cabelo. Sofro uma nostalgia miúda desse tempo em que o carteiro nos trazia as cartas a casa, e da alegria, do susto também, com que as recebíamos, com que as abríamos, com que as líamos, e do cuidado com que, ao responder, escolhíamos as palavras, medindo-lhes o peso, avaliando a luz e o lume que ia nelas, sentindo-lhes a fragância, porque sabíamos que seriam depois sopesadas, estudadas, cheiradas, saboreadas, e que algumas conseguiriam, eventualmente, escapar à voragem do tempo, para serem relidas muitas anos depois. Não suporto a grosseira informalidade das mensagens electrónicas. Enfrento sempre com horror, um horror físico, um horror metafísico e moral, aquele "Oi!" que nos foi imposto a partir do Brasil - como é possível levar a sério alguém que se nos dirige assim?..."

"O vendedor de passados" - José Eduardo Agualusa


Todos nós temos cartas que nunca escrevemos,
cartas que nunca enviámos,
cartas que nunca deitámos fora...
e mais! Cartas que nunca pensámos receber...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Abraço


“O aconchego de um abraço é muito mais intenso do que um beijo, beijar é bom, mas sentir o calor de outro ser humano é muito melhor.... faz-nos sentir que não estamos sós e que vale a pena viver. O beijo é um acto, um abraço é um sentimento... ”

Li este texto algures na internet e não poderia estar mais de acordo com ele. Não custa nada dar um beijo, damos beijos a várias pessoas e em várias situações. Dá-se um beijo a um amigo, a um familiar, a um conhecido, por educação, respeito, a alguém que nos foi acabado de apresentar...talvez até já se tenha tornado num hábito não muito sentido.


Já de um abraço não posso falar da mesma forma...Não andamos por aí a dar abraços da mesma forma que da-mos beijos.

O beijo é para o encontro enquanto que o abraço é para o reencontro!

Nada dá tanto aconchego como um abraço e por vezes é tão embaraçoso abraçar e ser abraçado...

Para eu poder dar um abraço a alguém tem que haver uma relação próxima e verdadeira, tenho que estar realmente à vontade com a pessoa pois só assim dá "aquele" prazer. O prazer de um abraço preenche muitas vezes um vazio...dá calor, aconchega, faz-nos muitas vezes perceber que não estamos sós e que vale a pena continuar na luta. Dá-me essencialmente paz e é num abraço que muitas vezes pode acabar um momento de nervosismo, ansiedade, tristeza. confusão. É num abraço, e apenas só com um abraço que muitas vezes é possível demonstrar alegria, amor, amizade, companheirismo, solidariedade, compreensão, clarificar sentimentos e emoções. Um abraço emociona, revitaliza...enfim!

Abracem-me :)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Consta-se...


Pois é…já lá vão dez anos desde que morria de ansiedade para fazer 18 aninhos jeezzzz que data longínqua…
Sim, vai realmente há muito tempo mas se há coisa que me caracteriza é ter uma memória de elefante :P Esse dia ainda está bastante presente em mim…Consigo lembrar-me do diploma que os meus amigos de longa data me ofereceram onde consta que sou uma pessoa inteligente, simpática, bla bla bla mas a única intenção mesmo era lembrar-me que falhei na parte do juízo, é o que está realmente em falta…pois bem, isso mantém-se, é verdade, 10 anos depois… Diploma esse que faço questão em mantê-lo exposto no meu quarto pois a falta de juízo é algo que pretendo manter “pábida” e ai de quem tentar a minha cura! Já agora…lembro-me da bonequinha de trapos, que fui sempre guardando com carinho, possivelmente comprada na “Apache” onde haviam sempre gémeas daquela de todos os tamanhos e do telefonema onde as mesmas pessoas que ma ofereceram tão bem entoaram os parabéns para mim, não foi meninas? Fui prendada também com um despertador mas o desgraçado não sobreviveu á vida que foi levando:S Nesse dia foi-me oferecido um Jean Paul Gaultier que ainda hoje é o meu perfume de eleição. Obrigada Nanda, espero que Deus te tenha num bom lugar. E continuam por acender as velas de um castiçal dadas pelo meu grande amigo mas, da freguesia vizinha. Quase consigo lembrar-me do sabor daquela rojoada que esteve na comemoração e do monte velho com que foi regada. Pois, estou mesmo nostálgica, ainda por cima com a música que vem do vizinho, Norah Jones não daria para menos.

10 Anos de sonhos, de esperanças, de alegrias e também de tristezas. 10 Anos em que cresci muito com o que fui experienciando, com os erros que cometi, com conselhos que dei e também recebi. Há coisas que ficaram por acabar, outras nem começadas foram mas com certeza que muitas ficaram feitas e bem feitas até!

Se há coisa que me posso mesmo alegrar é que a maior parte daquelas caras a volta da mesa do monte velho e da rojoada hoje ainda se encontram “lá”, umas na cadeira do lado, outras sentadas a minha frente, outras mais na ponta da mesa mas o importante é que continuam ali. Espero que aquela “minha mesa” se mantenha composta enquanto eu ali estiver sentada e que me possa ir acompanhando nesta refeição que é a vida, uns dias com o nosso prato preferido nos outros com aquilo de que gostamos menos mas que no fundo é importante para nós, para nos fazer crescer.

Se eu podia viver sem amigos? Podia…mas não era a mesma coisa…
(a verdade é que acho que não podia)

Parabéns também para a minha mãe Carmo que é parte muito interveniente da pessoa que sou hoje.

Obrigada a todos os que se lembraram de mim nesta data e aos que se mantêm ali sentados.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram."


*Graham Bell

sábado, 23 de maio de 2009

Cruz --- Fátima a pé

As palavras amontoam-se e torna-se quase impossível descrever o misto de sensações por ter conseguido finalizar uma jornada como esta...

Acompanhava-me já há algum tempo o desejo de cumprir uma peregrinação até Fátima, não fiz promessa e por isso quando comecei a partilhar a minha vontade com os mais próximos ia ouvindo frases como "tu és doida" "não te metas nisso" etc etc mas nem isso me fez perder a ideia :) Comecei por vaguear pela net à procura de organizações, conselhos, testemunhos, e a vontade de experienciar ia crescendo, até que, encontrei uma organização de Braga designada por "Farmácias em caminhada de fé", passei logo à tentativa de encontrar o contacto dos organizadores o que não foi de todo fácil mas consegui. Logo no primeiro contacto, onde falei com a mentora do projecto, Dr Fernanda Santos fiquei ainda com mais vontade de peregrinar, não só pelos traços gerais da organização e ainda mais, talvez pela forma como me transmitiu a vontade que tinha também de cumprir este desejo.

Chegou o dia! 5 de Maio às 21h30, ponto de encontro: Sé de Braga. A peregrinação foi iniciada com uma missa presidida pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, onde num jeito muito particular nos transmitiu 3 pontos essenciais para caminhada até Fátima como também para a caminhada da vida:

* Devemos ter sempre presente uma meta, neste caso é o encontro com Fátima, na vida devemos também traçar objectivos e viver com a finalidade de os cumprir.

*"O peregrino deve libertar-se do acidental e caminhar com o essencial." Devemo-nos livrar da carga desnecessária durante a nossa caminhada e carregar apenas o essencial, libertar e perdoar o passado para que possamos viver o presente com ânimo.

*O caminhar com os outros reduz as exigências para além de que, só com a sua ajuda conseguimos atingir os nossos objectivos.

No final de mais uns acertos logísticos deu-se então a partida. Aguardei a passagem do grupo em Cruz. Cerca das 2h30 iniciei eu a minha peregrinação, lembro-me de respirar fundo nos primeiros passos e não querer olhar para trás...6 Km depois já tinhamos o lanche à nossa espera em Famalicão. Correu-me bem este início :) Estava a decorrer a primeira de sete etapas.

As etapas começavam sempre no fim de jantar, as primeiras horas com bastante trânsito, seguidas de horas de mais silêncio e escuridão que me permitiram apreciar coisas que nem me apercebo delas no dia a dia. O céu, as estrelas...o bom luar que quase sempre nos acompanhou...o cheiro que andava no ar...o cheirinho a pão na madrugada.Lembro-me do bom odor a plantas que senti ao atravessar o Porto junto à igreja da Lapa, a paisagem da ponte D. Luís...depois o nascer do dia, parece que deixei de caminhar num túnel escuro e timidamente as coisas começaram a aparecer: as casas, os animais, o chilrear das aves e também o trânsito para dificultar ainda mais o fim das etapas, comboios e comboios de camiões justo na hora onde já custava tanto subir e descer os passeios mas que nos obrigavamos a fazê-lo. A cada manhã bem cedo, começavamos a cruzar-nos com outros grupos, com um ritmo ainda fresco, de quem está a começar, ritmo que tentavamos ir "roubando", como que para andar à boleia no que ainda faltava até à proxima paragem.

Foram duzentos e muitos km, muito tempo a caminhar. Houve momentos de dor, ansiedade, tristeza, alegria. Muito companheirismo, solidariedade e entreajuda. Horas em que conversei com este e com aquele e tentava perceber o que os motivou para a peregrinação...horas de oração e meditação em grupo e também horas em que unicamente me apetecia caminhar mais a sós.

É um caminho que só se percebe fazendo-o! Posso dizer que vi de tudo: desde funcionários de estações de serviço que não servem meia de leite a peregrinos que vêm esgotados e precisam de repôr energias porque dá muito trabalho. Pessoas que querem exigir 10€ de consumo mínimo de entrada num bar aos colegas dos carros de apoio que tencionam apenas comprar tabaco, como vi pessoas que ao pressentirem a nossa passagem junto às suas casas se levantaram da cama apenas para perguntar se precisavamos de ajuda, pessoas que estacionam o carro aqui e ali, tiram da mala uma mesa, rapidamente a montam e começam a perguntar se queremos um café, algo para comer, uma muda de meias,enfim. Foi uma das formas de peregrinar que me comoveu e ainda faz arrepiar.

E por falar em forma de peregrinar, não posso deixar de falar de quem tanto nos ajudou. O César na carrinha de apoio, enfermeiras Helena e Daniela, enfermeiro Ricardo em carros de apoio também e a fisioterapeuta Nélia que aguardava a nossa chegada de cada etapa e que tanto me valeu. São pessoas que tiram férias apenas e só para ajudar, total voluntariado.

Penso nas vezes que me senti tão “pequenina” quando passava por alguém num enorme suplício que para além de carregar a dor transparecia carregar uma enorme preocupação em chegar, tinha mesmo que o fazer custasse o que custasse. Foi difícil ver gente a passo de caracol pois já não havia força para mais, pés completamente em ferida com o calçado já recortado para não pressionar nas partes que estavam pior, pés descalços e gente que não fala durante toda a peregrinação... É incalculável o que leva alguém a prometer tal coisa, limitava-me apenas a estender uma mão, quer para oferecer apoio físico ou apenas psicológico.

As emoções andam mesmo à flor da pele...desde o final da terceira etapa até ao início da quarta inexplicavelmente andei sempre de lágrima no olho e bastava que se dirigissem a mim "baaaahhhh" ainda era pior...não tinha grandes dores e muito menos pensava em desistir...diz quem já estudou comportamentos de peregrinos que há sempre um dia em que a gente bate no fundo e a partir daí tudo corre melhor.Comigo aconteceu isso mesmo. Há uma altura em que tudo passa a ser diferente até a contagem das etapas, em vez de se dizer "ainda" começa a dizer-se "já só falta".

Nunca antes me tinha sentido tão desprendida da minha rotina habitual. Não me ocorria nada mais a não ser ir dando notícias aos que estavam a torcer por mim "deste lado". Só tinha presente os km que tinha a fazer etapa a etapa até chegar ao fim. Quando comecei a sentir que o fim estava cada vez mais próximo a ansiedade já era enorme, a última etapa foi difícil não só pela tal ansiedade, como pelo terreno difícil que fizemos e pelo sono, deu-me cá uma soneira que para além de parecer uma pessoa alcoolizada a caminhar,desconfio que ainda passei pelas brasas em andamento,nunca pensei que fosse possível mas naquela situação a gente parece que liga o automático nas pernas para "comer alcatrão" e desliga o resto.

Na última etapa, à medida que as horas e os km avançavam, começaram a aparecer as primeiras placas já com a indicação "Fátima". Fomos chegando aos poucos á rotunda do peregrino. Nesse sítio, todos se cumprimentaram e já foi muito difícil conter as lágrimas, que alegria! Estavamos todos ali! Seguimos todos juntos a cantar, e posso dizer que aqueles últimos metrinhos até ao recinto foram de uma emoção tal que ainda agora me faz arrepiar. Admiro quem foi capaz de rezar e cantar até ao destino final, pois a emoção tomou conta de todos.

Quando atravessei a nova catedral e vejo todo aquele recinto à minha frente, bem!!! Que emoção! Só falta ou ainda falta isto? Será que ainda tenho forças para estes metros? É um olhar para trás e ver tudo pelo que passei até ali, é o ter conseguido chegar e completar este objectivo. Ficou ali muito... Nunca conseguirei transmitir o que senti. Hoje sei o que é ir até Fátima a pé! É muito mas muito mais do que caminhar até lá. É das experiências mais enriquecedoras que já vivi, é humanamente muito gratificante. Fica muita coisa daquela experiência.

Sei que já me estendi demasiado neste texto mas acreditem que se justifica e não deixa de ser uma breve conclusão :)

Muito obrigado a todos que me apoiaram durante a peregrinação, quer aos colegas da caminhada, quer aos que sempre mandaram apoio via telemóvel e um especial a quem me foi visitar.

Fica o desejo de repetir! Valeu muito a pena e estou muito feliz por ter experiênciado.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ciclos da vida


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem connosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu génio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceites, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
-E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Uma questão de amizade...


Num dia de verão, estava na praia, observando duas crianças brincando na areia. Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia, com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam quase acabando, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma. Mas tive uma surpresa. Em vez de chorar, correram pela praia, fugindo da àgua, rindo de mãos dadas e começaram a construir outro castelo. Compreendi que havia aprendido uma grande lição:
Gastamos muito tempo da nossa vida construindo alguma coisa e, mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir tudo o que levamos tanto tempo para construir.
Mas quando isso acaba, somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de sorrir!!!
O que permanece para sempre é a amizade. O resto é feito de areia.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

2610



Ontem pensava apenas ao som de musicas tristes...
Pensava que hoje também estaria triste
e que ninguem mais estaria assim triste.
Desejava apenas que aquele dia triste terminasse...
Hoje penso na estupidez de ontem
talvez que ontem perdi demasiado tempo,
hoje penso que se ontem soubesse o que hoje sei
ontem pensaria o que penso hoje:
que o amanha de um ontem triste
também pode trazer conforto
que só me faça pensar ao som de musicas felizes.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"Ilusões carnais"

Encontro-me com o meu ser. Desacordada nesta cama. Foste mais do que memória nos corpos de outros. Não eras tu. Não era ninguém. Ninguém que me ficasse na memória. Só tu. Quem eu procurei noutros sorrisos, noutros seres. Fiquei, sorri. Entreguei-me aos prazeres da carne. Fingi que te tinha. Mas não tinha. Não eras tu. Nem sequer uma imitação de ti. Mas fechei os olhos e vi-te. Talvez até te tenha sentido. Em muitas alturas, estiveste comigo. Até ao despertar. Até voltar a olhar o escuro. Este escuro em que a minha alma se tornou. É quando esta luz sombria me envolve, que a solidão me dói mais. Porque percebo que me enganei de novo. Que me afundei mais ainda nesta escuridão. Não eras tu. Nunca mais serás tu, aqui ao meu lado, no meu corpo. Apenas permaneces em mim, em memória que teima em não desaparecer. E eu, que te tenho aqui, percebo que a cada imitação tua que encontro me sinto mais só, mais longe de te ter. A ilusão dos corpos. O pesadelo logo a seguir. Agora, apenas quero deixar-me dormir. Deixar o meu corpo repousar deste sexo fingido que não me cala a dor. Deixar-me dormir e quem sabe, sonhar contigo. Uma vez mais.

(in "O corpo dos outros")

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A vida



Um dia alguém me disse: “-A vida é uma viagem de comboio sempre em movimento, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques... Quando nascemos,entramos nesse magniífico comboio e deparamo-nos com algumas pessoas, que julgamos que irão estar sempre nessa viagem connosco, nossos pais. Com o tempo vemos que isso não é totalmente verdade, um dia chega a estação em que eles descerão e nos deixarão sozinhos, partem cedo de mais e ficamos meio perdidos sem o seu carinho, amizade e companhia. Isso porém não impedirá que durante o nosso percurso, outras pessoas embarquem, irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis! Muitas embarcarão neste comboio apenas por passeio, outras encontrarão no seu trajecto tristezas e outras circularão por ele prontos a ajudar quem precise. Alguns passageiros quando desembarcam deixam saudades eternas, outros, quando desocupam o assento, ninguem se apercebe que deixaram um lugar vago... Curioso é constatar que, alguns passageiros que se tornam tão importantes para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer o nosso trajecto separados deles, o que não nos impede de tentarmos ir ao seu encontro. No entanto, infelizmente, muitas vezes já não nos poderemos sentar a seu lado, pois já alguém ocupou esse lugar. A nossa viagem é assim mesmo, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, despedidas... Só nos resta tentar fazer a nossa viagem da melhor maneira possivel, tentando-nos relacionar com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisamos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com o seu carinho e atenção. O grande mistério afinal é que nunca saberemos em que estação desceremos, muito menos nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado. Eu fico a pensar se, quando descer deste comboio eu sentirei saudades... Acredito que sim, separar-me de muitas amizades que fiz será, no mínimo doloroso... A todas as pessoas que me acompanharam e acompanham nesta viagem feita de incertezas, o meu muito obrigado por vários e diversos momentos da minha vida pois estarão para sempre guardados e para sempre serão relembrados...


Desconheço o autor mas tá muito interessante...

sábado, 2 de junho de 2007

ELOGIO AO AMOR

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.

- Miguel Esteves Cardoso

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Sonhos Perdidos

Sonhos perdidos
Ambições destroçadas,
Corpos caiados
E esperanças queimadas...
Tudo isto
Em nome de uma guerra,
Talvez sob o pretexto
De defender uma terra...
Há sempre alguém
Inocente que morre,
Gente que adormece
Com medo de não acordar...
Perante este cenário,
Envergonho-me de ser humana
Pois temos a inteligência para pôr fim a todas as guerras
Mas acabamos por torna-las
Cada vez mais fortes e mortíferas...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A rosa



Uma rosa, sonhava dia e noite com a companhia das abelhas, mas nenhuma vinha pousar em suas pétalas.
A flor entretanto continuava a sonhar durante as suas longas noites, imaginava um céu onde voavam muitas abelhas que vinham carinhosamente beija-la. Desta maneira, conseguia resistir até ao próximo dia, quando se tornava a abrir com a luz do sol.
Certa noite, conhecendo a solidão da rosa a lua perguntou-lhe:
- Você não está cansada de tanto esperar?
-Talvez…-diz a rosa mas preciso continuar a lutar.
-Mas porquê?
-Porque se não me abrir murcho!
Nos momentos onde a solidão parece esmagar toda a beleza, a única maneira de resistir é continuarmos abertos. Abertos ao mundo, ao abraço de um amigo, a Deus que caminha ao nosso lado…abertos à vida e a cada minuto que passa.
Aproveita a vida porque o tempo passa a voar e a mesma flor que hoje sorri amanhã estará a murchar…

terça-feira, 27 de março de 2007

Quase!


Quase!
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfia do destino e acredita em ti. Gasta mais horas realizando que sonhando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Sarah Westphal

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

"Depois de algum tempo"


"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a contruir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destrui-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a familia que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que nos vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem smepre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendes-te com elas do que com quantos aniversários já comemoras-te. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não para para que tu o concertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

William Shakespeare

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

"Alice no país das maravilhas"


" O Coelho Branco colocou os óculos e perguntou:
- Com licença de Vossa Majestade devo começar por onde ?
- Comece pelo começo - disse o Rei, com ar muito grave - e vá até o fim. Então, pare."

(Lewis Carrol - Alice no país das maravilhas)

sábado, 21 de outubro de 2006

"O Principezinho"


...Mas saber ver em cada coisa, em cada pessoa, aquele algo que a define como especial, um objecto singular, um amigo – é fundamental.
Navegar é preciso, reconhecer o valor das coisas e das pessoas, é mais preciso ainda...



Aconselho a todos que o leiam, e talvez mais do que uma vez. Foi-me oferecido à uns 4 anos e já o li 3 vezes e de cada vez vejo talvez no que mudei pois acabo por dar sempre uma interpretação difetente a cada acto...
Obrigado pela oferta!!!!

sábado, 15 de julho de 2006

Olhos Castanhos



Teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caídas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos,são sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.
Olhos azuis são ciúme
e nada valem para mim,
Olhos negros são queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes são traição
são crueis como punhais,
olhos bons com coração
os teus, castanhos leais.

Alves Coelho

sábado, 3 de junho de 2006

Somos Perfeitas!!!


Não ficamos carecas... Temos um dia internacional... Sentarmo-nos de pernas fechadas não é doloroso... Podemos vestir tanto rosa como azul... Temos sempre a certeza de que o filho é nosso... Temos prioridade nos salva-vidas... Não pagamos a conta do restaurante, no máximo partilhamos... A programação da TV é 90% voltada para nós... Somos os primeiros reféns a serem libertados... A idade não atrapalha o nosso desempenho sexual... Podemos ir para o trabalho de bermudas e sandálias... Se somos traídas, somos vítimas; se traímos, eles são cornos... Podemos dormir com uma amiga sem sermos consideradas lésbicas. Somos capazes de prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo... A Mulher do embaixador é embaixatriz; o marido da embaixadora não é nada... Não ficamos desesperadas em frente a um campo de futebol com 1bola e 22 mulheres a correrem atrás... Somos monogâmicas (embora precisemos testar vários homens para achar um que valha a pena). A mulher do presidente é Primeira-Dama; marido da presidente é um zero à esquerda, mesmo que ele seja de direita... Nosso cérebro dá conta do mesmo serviço, mesmo com 4 biliões de neurónios a menos, ou seja, nossos neurónios são mais eficazes. Se resolvemos exercer profissões predominantemente masculinas, somos pioneiras", mas se um homem resolve exercer uma profissão tipicamente feminina, é bicha... E por último: Fazemos tudo o que um homem faz, e de SALTOS ALTOS! SOMOS UM SHOW!!!!!!!

quarta-feira, 31 de maio de 2006

A nota de 50€



Um conferêncista muito conhecido começa a sua conferência mostrando uma nota de 50€ e pergunta à assistência:
"Quem gostaria de ter esta nota ?"
As mãos começaram a levantar-se, então ele disse :
"Vou dar esta nota de 50€ a um de vocês, mas antes,
deixem-me fazer uma coisa."
Ele amachuca a nota com força e pergunta :
"Então, sempre querem esta nota ?"
As mãos continuam a levantar-se.
"Bom, está bem, mas o que se vai passar se eu faço isto ?"
Ele deita a nota amachucada para o chão e pisa com os
dois pés, com toda a força e mete em cima todo o lixo que
estava no chão.
Depois ele pergunta de novo.
"Quem é que ainda quer esta nota ?"
Claro as mãos continuaram a levantar-se.
"Meus amigos, vocês vêm aprender uma lição... Pouco importa
o que eu faço ou não a esta nota, vocês querem-na sempre,
porque o valor dela mesmo machucada e suja, é igual, e vale
sempre 50€."
Então pense em si, na sua vida. Várias vezes na
sua vida, foi pisado, magoado, rejeitado, por pessoas e coisas.
Terá a impressão que não vale nada mas na realidade o seu
valor não mudou aos olhos das pessoas que o amam.
O valor de uma pessoa não se mede no que fez ou não, poderá
sempre recomeçar e conseguir os seus objectivos, porque o seu
valor próprio está intacto.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Velho


Parado e atento à raiva do silêncio
de um relógio partido e gasto pelo tempo
estava um velho sentado no banco de um jardim
a recordar fragmentos do passado.

Na telefonia tocava uma velha canção
e um jovem cantor falava da solidão
que sabes tu do canto de estar só assim
só e abandonado como o velho do jardim?

O olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

Passam os dias e sentes que és um perdedor
já não consegues saber o que tem ou não valor
o teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
pra dares lugar a outro no teu banco do jardim

o olhar triste e cansado procurando alguém
e a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
sabes eu acho que todos fogem de ti pra não ver
a imagem da solidão que irão viver
quando forem como tu
um resto de tudo o que existiu
quando forem como tu
um velho sentado num jardim

(Mafalda Veiga)

sábado, 20 de maio de 2006

Pensamentos e frases

- São os pensamentos do homem que determinam a sua vida.(Marc-Aurele)

- Precisamos de esquecer o que achamos ser, para que possa ser realmente o que somos.

- Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

- A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente. Faça tudo antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

- A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou, mais correctamente, de ser amado apesar daquilo que você é.

- Sucesso é conseguir o que você quer; Felicidade é querer o que conseguiu...

- Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

- Nada de desgosto nem de desânimo. Se acabas de fracassar, recomeça!

- Pedras no meu caminho? Guardo-as todas...um dia vou construir um castelo. (Fernando Pessoa)

- Chegámos à lua, porém temos problemas para atravessar a rua e conhecer o nosso vizinho.

- Quando nasceste choravas e todos à tua volta sorriam. Vive de forma a que na tua morte tu sorrias e todos à tua volta chorem.

- O melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem. (Baden-Powell, 1941)

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Perdoar o Passado

Sente-se calmamente e feche os olhos.
Respire 6 vezes lentamente e...
veja numa estrada um homem velho e curvado levando nas costas um saco de pedras.
Sinta o quanto é difícil ser prisioneiro dessa carga. Perceba quanta energia este homem tem de gastar para carregar esse peso.
Na verdade, ele carrega o seu Passado e por isso não tem ânimo para viver o Presente. Aproxime-se deste homem e amorosamente retire o saco das costas dele e veja surgir aí um novo ser:
Agradecido, leve, de bem com a vida...
E, sabendo que este homem é Você, perdoe e liberte o seu Passado!
Respire profundamente e abra os olhos...
Se sabemos o quanto é importante perdoarmos e libertarmos o passado,
porque insistimos em guardar dentro de nós as mágoas e ressentimentos?

sábado, 29 de abril de 2006

Ossos do meu ofício

- O Motorola T 720 tem ultra vermelhos?

*** *** *** ***

- O meu pai vai para Espanha na Terça-feira, como é que eu faço para o telemóvel ir com ele?

*** *** *** *** ***

-Menina, queria que o meu nº não aparecesse nos retrovisores dos outros telemóveis...

*** *** *** ***

-O meu telefone está bloqueado, está-me a pedir o punc. Eu não sei o que é isso e ainda esperei uma semana para ver se lhe passava, mas não aconteceu nada...

*** *** *** ***

-Olá menina.Diz aqui no visor do meu telemóvel "inserir cartão sim"
Eu já lhe disse que sim mas ele nao faz nada...

*** *** *** ***

-Bom dia menina!
-Bom dia...se faz favor...
-Olho perdi o "pik" e agora não sei o "pun"...

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-Boa tarde menina! O que é isto que aparece no visor do meu telemóvel?1524? Olhe...olhe 1525??
-Isso é o relógio...ou seja...são 15h e 25 minutos...DAHHHHH

Amizade

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrinseco o ciume, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existencias... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição encoraja-me a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não lhes posso dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta cronica e não sabem que estão incluidos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E as vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilibrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construi e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torta para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em sintese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoismo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinicius De Moraes)

Porque é que muitas vezes só nos apercebemos de quanto são importantes algumas "coisas" quando as perdemos?? So me falta dizer OBRIGADO

Sonhos perdidos...


Sonhos perdidos
Ambições destroçadas
Corpos caiados e
Esperanças queimadas...
Tudo isto em nome de uma guerra,
Talvez sobre o pretexto
De defender uma terra.

Há sempre alguém inocente que morre!
Gente que adormece com medo de não acordar!

Perante este cenário,
Envergonho-me de ser humana
Pois temos a inteligência para pôr fim a todas as guerras
Mas acabamos por torná-las cada vez mais fortes e mortíferas.